quinta-feira, 26 de junho de 2014

O Método Contraste (ou Complex Training)!




Juntamente com a técnica, a potência é a característica física determinante em grande parte das modalidades esportivas. Para um atleta de alto nível treinar para aumentar essa capacidade traz enormes benefícios ao seu desempenho.

Um método para elevar os níveis de potência do atleta rapidamente é o treinamento de contraste.


O que é o método de contraste?


Contraste é um método de treinamento onde após a execução de um exercício extremamente pesado de força o atleta executa um exercício de velocidade ou balístico de forma a aumentar a potência produzida durante o segundo. A teoria que sustenta esse método é que para executar o exercício pesado de força é necessário uma grande ativação neuromuscular do sistema nervoso central que poderia ser utilizada na seqüência no exercício de velocidade (1). Como resposta final, o corpo poderia exercer um nível de força explosiva maior durante o exercício leve, sendo que este nível não seria atingido se esse exercício fosse feito isoladamente.

O contraste funciona? Existe pouca pesquisa a respeito do tema, e as que existem demonstram resultados contraditórios Um ponto ainda obscuro dentro do método de contraste, apresentado no campo de aplicação prática, está na indeterminação e possível duração deste efeito em humanos, o que leva a uma disparidade no intervalo de tempo entre a execução de alta carga e o gesto de velocidade/balístico. Foram encontrados aumentos de desempenho tanto executando imediatamente após como aplicando um intervalo entre as execuções (2).

Exemplos

Como forma de se beneficiar do método de contraste, é necessário utilizar uma carga extremamente alta no exercício de força. Estudos demonstraram aumento da potência produzida quando se utiliza cargas máximas no primeiro exercício ao invés de submáximas (70–90% 1RM). Outro ponto é o intervalo entre o exercício pesado e o leve. Realizar imediatamente após ou descansar alguns minutos provaram ser igualmente eficazes. Portanto talvez descansar 2–3 min seja um bom começo, já que permite o atleta recuperar suas fontes de energia.

é importante lembrar que muito ainda é desconhecido a respeito deste método e que portanto essas orientações sobre a carga e intervalos de descanso permanecem no campo especulativo. Eu utilizo essas informações como um ponto de partida, experimento com meus atletas e vejo a resposta individual de cada um. Tenho assim no contraste mais uma opção de aumentar a capacidade explosiva de meus atletas e não um método definitivo.

1) Agachamento = 2-4 reps @90-105% 1RM
2) Saltos Barreiras = 5-6 barreiras @ Peso Corporal ou colete

Pontos importantes

O contraste é um método avançado de treinamento, portanto exige técnica para a execução de exercícios e condição física para suportar as enormes demandas de sobrecarga dos exercícios. Além disso, a literatura demonstra que atletas bem treinados em força possuem uma resposta muito maior ao contraste do que os atletas iniciantes, portanto utilizar o contraste como ponto inicial para o treinamento de potência pode não ser uma boa estratégia.

Para os treinadores de atletas de alto nível o contraste pode ser uma boa ferramenta para aumentar a potência durante o treinamento. Podendo inclusive ser utilizado na rotina de aquecimento antes de competições – incluindo uma série de um exercício de força antes de um evento como sprint, salto ou lançamento. Estudam mostraram um aumento de 3% nos níveis de potência com a utilização do contraste (1,2), portanto pode dar ao seu atleta uma vantagem de desempenho.



Prof. João Coutinho

Referencias:

1. J strength and conditioning research 12 (2), 1998

2. New Studies in Athletes 11:4; 67–81, 1996

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Alongamentos estáticos vs. alongamentos dinâmicos

Um, dois, insiste, insiste. A cantilena é antiga, assim como a tradição de fazer alongamentos durante o aquecimento para um treino ou prova. Não insista mais: a ciência revela que os alongamentos dinâmicos são os mais eficazes para preparar o corpo.
A maior parte de nós aprendeu a fazer exercícios de aquecimento na escola preparatória e, provavelmente, ainda repete a mesma sequência. Mas se nós não mudámos, a ciência, no entanto, avançou. Actualmente, os investigadores na área do exercício acreditam que alguns dos elementos que fazem parte do programa de aquecimento de muitos atletas são, não só uma perda de tempo [*1], [*2], como podem até prejudicar o seu rendimento físico.
Falamos de alongamentos estáticos, aqueles em que a mesma posição é mantida durante um período de 20 a 30 segundos. Num estudo recente desenvolvido na Universidade de Nevada, nos Estados Unidos, verificou-se que os músculos das pernas produzem menos força depois de uma sequência de alongamentos estáticos do que sem alongamentos [*3]. Outros estudos descobriram que este tipo de alongamentos diminui a força do músculo em cerca de 30% [*4].
Mais grave ainda: o alongamento do músculo numa perna pode reduzir a força da outra perna, provavelmente porque o sistema nervoso central se defende dos movimentos. Por que razão isto acontece? “Há uma resposta neuromuscular inibitória ao alongamento estático” explica Malachy McHugh [*5], investigador no Nicholas Institute of Sports and Athletic Trauma, em Nova Iorque. O músculo tenso torna-se menos sensível e fica enfraquecido durante mais de 30 minutos após o alongamento: não é a forma ideal de começar uma prova, nem mesmo um treino.
Para que serve o aquecimento?
Em descanso, os músculos e tendões tendem a ficar rígidos porque o fluxo de sangue diminui. Os objectivos do aquecimento são soltar os músculos e os tendões, para aumentar a amplitude do movimento das articulações, e elevar a temperatura do corpo. Um aquecimento bem conseguido começa por aumentar a temperatura do corpo e a circulação sanguínea.
Esta acção faz com que o oxigénio passe mais facilmente da corrente sanguínea para os músculos, usando a força armazenada (glicogénio muscular) de uma forma mais eficaz. A resistência aos pesos também melhora. Para elevar a temperatura do corpo, o aquecimento deve iniciar-se com uma actividade aeróbica, normalmente jogging ligeiro.
Alongamentos estáticos
Embora ainda muitos atletas os pratiquem, os fisiologistas do desporto alertam que os alongamentos estáticos não melhoram o rendimento dos músculos. Regra geral, estes alongamentos apenas aumentam a tolerância mental em relação ao desconforto do alongamento, enquanto o músculo está mais fraco. Alongar os músculos em movimento – uma técnica conhecida por alongamento dinâmico ou aquecimento dinâmico – aumenta a força, amplitude de movimento e flexibilidade do músculo.
Os músculos em movimento não recebem uma resposta inibidora, explica McHugh, mas antes uma “mensagem excitatória” para agir. Os alongamentos dinâmicos são aqueles que usam a velocidade do movimento e um esforço muscular activo para efectuar um alongamento, ao contrário dos alongamentos estáticos, que mantêm a posição durante alguns segundos.
Para os profissionais do exercício, estes alongamentos são mais eficazes quando adaptados a um desporto específico. Terrence Mahon, treinador de maratonistas olímpicos como os norte-americanos Ryan Hall e Deena Kastor, sublinha a importância de “fazer exercícios que activem todas as articulações e tecidos conjuntivos que vão ser necessários para a tarefa que se vai cumprir[*6].
Prevenir lesões
Será que a técnica dinâmica de aquecimentos consegue prevenir lesões? Os estudos dizem-nos que só os exercícios de aquecimento estático antes do exercício ajudam pouco. O estudo mais extenso foi feito com recrutas militares de uma força
de defesa japonesa. Publicados em 2003, os resultados mostraram que a incidência de lesões é praticamente igual, fazendo ou não aquecimentos estáticos no início de um treino (embora se registem menos queixas ao nível muscular e lombar) [*7].
Já este ano, o Centers for Disease Control norte-americano revelou uma investigação que descreve como uma sessão de aquecimento misto (estático e dinâmico) conseguiu diminuir para metade a incidência de fracturas no joelho. Andrea Fradkin, professor de Ciência do Exercício na Bloomsburg University, na Pennsylvania, associa o mesmo efeito protector no golfe: quem faz aquecimento prévio tem cerca de nove vezes menos probabilidades de se lesionar [*8].
Erros do aquecimento
  • Cedo demais.  Um estudo de 2002 com jogadores de voleibol concluiu que os atletas que aqueciam e depois se sentavam no banco apresentavam, ao fim de 30 minutos, a região lombar mais rígida do que antes de fazerem aquecimento.
  • Muito intenso. Estudos recentes demonstraram que um aquecimento aeróbico muito vigoroso não faz mais do que cansar o atleta. Os especialistas aconselham um jogging de aquecimento a cerca de 40% da frequência cardíaca máxima, progredindo para 60%. O aquecimento aeróbico deve demorar 5 a 10 minutos, com uma recuperação de 5 minutos. Os sprinters precisam de um período maior de aquecimento, porque as cargas sobre os músculos são enormes.
Aquecimento por modalidade
Exemplos de exercícios recomendado:
Corrida – exercícios de respiração, agachamentos, correr no mesmo sítio, batendo nas nádegas com os calcanhares.
Futebol, ténis ou basquetebol – atletas que precisam de se mover rapidamente em diferentes direcções devem fazer alongamentos dinâmicos que envolvam muitas partes do corpo.
Golfe – um bom aquecimento inclui alongamentos dinâmicos específicos que mimetizem o swing da tacada. Um estudo com jogadores de golfe revelou quem um programa de aquecimento dinâmico conseguiu aumentar a velocidade da tacada e diminuir o handicap sete vezes em sete semanas.
______________________________________________________________________________________
REFERÊNCIAS OU NOTAS:
[*1] – Unick, J. et. al, The acute effects of static and ballistic stretching on vertical jump performance in trained women., The Journal of Strength & Conditioning Research 19(1):206-12, Fevereiro 2005 (LINK)
[*2] – Knudson, D. et. al., Stretching Has No Effect on Tennis Serve Performance, The Journal of Strength & Conditioning Research 18(3):654-6, Agosto 2004 (LINK)
[*3] – Wallmann, H. & Mercer, J. & McWhorter, J., Surface Electromyographic Assessment of the Effect of Static Stretching of the Gastrocnemius on Vertical Jump Performance, The Journal of Strength & Conditioning Research 19(3):684-8, Agosto 2005 (LINK)
[*4] – Marek, S. et. al, Acute Effects of Static and Proprioceptive Neuromuscular Facilitation Stretching on Muscle Strength and Power Output, Journal of Athletic Training 40(2): 94–103, Abril-Junho 2005 (LINK)
[*5] -Performance, nº 87, pág. 34, Março 2009
[*6] -Ref. 5, pág. 35
[*7] – Amako, M. et. al., Effect of static stretching on prevention of injuries for military recruits, Mil Med. 168(6):442-6, Junho 2003 (LINK)
[*8] – Cit. in Ref. 5, pág 35

Como Treinar Futebol: José Mourinho - Chelsea FC Training Drills

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quarta-feira, 18 de junho de 2014

REGENERATIVO, DEFINITIVAMENTE NÃO !


Por Dr. Arthur Guzzo Fraccanabbia

(Imagem Web)
Quem já não escutou dentro do futebol a famosa frase : os atletas realizaram um treino regenerativo !
Pois é, vamos tentar entender um pouco sobre isso de modo simples e rápido. No dia seguinte a um jogo, preparadores físicos costumam fazer um "regenerativo" com seus atletas. Primeira pergunta : Regenerar o que ? 
Vamos a alguns conceitos...
Regeneração é a capacidade dos tecidos, órgãos ou mesmo organismos se renovarem ou ainda de se recomporem após danos físicos consideráveis. Deve-se à capacidade das células não afetadas de se multiplicarem e, em acordo com a necessidade, de se diferenciarem, a fim de recompor a parte lesionada. Segundo o que mostra as palavras em vermelho, as células que devem sofrer este processo não podem ter sido afetadas, ou melhor dizendo estarem vivas, pois para recuperar uma célula em primeiro lugar a mesma deve estar viva, acredito ser algo óbvio esta informação.
A capacidade de regeneração tecidual depende do tipo de célula, tecido ou órgão afetados pela injúria. Eis que então surge o problema, que parece ser pouco conhecido : O tecido muscular é permanente e estável, NÃO tendo capacidade de regeneração ! 
(Imagem Web)

E agora ? O que dizer disso ?

Acredito que falta atualização dos profissionais que usam esta terminação ou então uma boa leitura em um livro de histologia humana.
Há ainda aqueles que digam, que o " regenerativo"  um dia após atua como :
a ) Aumenta o fluxo de sangue nos músculos para limpar impurezas.
 Quer dizer que só existe fluxo sanguíneo adequado quando corremos ou realizamos atividade física ? Limpar impurezas ? Será que alguém tem o conhecimento sobre este tema, e saberia descrever de qual substrato é originado um dos principais responsáveis pela "limpeza" ? Se for ler e procurar, verá que este, atua em qualquer condição, e não apenas com um trote ou caminhada.

 b ) Remove lactato.
      Sobre esta alegação, não irei perder meu tempo escrevendo sobre tal absurdo, e resumo tudo com uma única palavra: IGNORÂNCIA !


Ainda se fosse usado o termo recuperativo, quem sabe não seria tão fora de contexto, mas regenerativo definitivamente não! Alguém já viu um paciente de algum hospital sair para dar uma caminhada ou um trote para se recuperar ou se "regenerar" ?  Será que a medicina ainda não sabe desta técnica revolucionária adotada pelos educadores físicos? Acredito não ser o caso, não é !
A regra básica para uma melhor recuperação de um atleta é : repouso - hidratação - alimentação !


Outro ponto que chama muito a atenção é o fato nutricional, visto pela bioquimica como um verdadeiro desastre com o que fazem com os atletas. E ainda por cima querem que o sangue leve até a musculatura nutrientes, mas mal sabem eles que primeiro temos que ter os nutrientes para depois levar. Isso sem contar em todo o complexo envolvido nisso como enzimas, co-enzimas, fatores, co-fatores e etc... Este ponto não vem ao caso, pois será tema e um novo texto.
(Imagem Web)
Se usarmos um exemplo bem idiota para seguir a linha lógica : " Um ajudante de pedreiro, descarrega sozinho 5 caminhões de tijolo em um dia, e no outro dia, seu patrão lhe diz, - hoje para descansar e "regenerar" você em vez de folga terá que descarregar apenas 2 caminhões de tijolo "Vale lembrar que toda a carga é carga por menor que a mesma seja, e em vez de ajudar, atrapalha e soma ao dano já sofrido. Frases como - hoje é bem fraco ! Mas fraco pra quem ? Naquele momento este fraco se torna forte pela debilidade que ainda o tecido muscular passa.
Troque seu vocabulário, esqueça o termo regenerativo e reavalie suas atitudes com seus atletas, a não ser que seus atletas sejam lagartixas, pois aí sim, cortando o rabo, este se regenera !


(Imagem Web)


Abraço a todos...

Postagem Especial por
Dr. Arthur Guzzo Fraccanabbia


Fisiologista e bioquímico esportivo

- Membro da Sociedade Brasileira de Nutrição Esportiva

- Membro da Sociedade Argentina de Fisiologia do Exercício

- Membro do American Colegge of Sport and Medicine
 

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Intervalo entre as séries de musculação



No treinamento de força, diversos fatores são influenciados pela duração do intervalo de descanso entre as séries, como: recuperação das fontes de energia, concentrações sangüíneas de lactato, quantidade de trabalho realizado (carga x repetições) e capacidade neural.

Séries com números elevados de repetições e curtos intervalos de descanso apresentam maior acúmulo de lactato. Com relação ao número de repetições, Abernethy & Wehr (1997) demonstraram que protocolos que utilizaram 15RM apresentam maiores concentrações de lactato no sangue quando comparado com 5RM. Resultados similares foram encontrados por Kraemer et al. (1990) ao comparar treinos de 10 e 5RM.
Ao analisar os efeitos de diferentes intervalos entre as séries, Kraemer et al. (1990) verificaram que a realização de séries de 10RM com um minuto de intervalo promove um maior acúmulo de lactato em comparação a séries com três minuto. Deste modo, é possível inferir que a utilização de intervalos curtos (1 minuto) favoreça um maior acúmulo de metabólitos, o que pode ser benéfico para se promover ganhos de força e hipertrofia. Desta forma, pode-se sugerir intervalos curtos entre as séries com estímulos metabólicos, pode ser uma estratégia eficiente mesmo que sejam utilizadas cargas relativamente baixas (Takarada & Ishii, 2002).

Por outro lado, ao considerarmos os fatores neurais, recomenda-se um maior intervalo de descanso entre as séries para haja uma melhor recuperação do sistema nervoso e energético, o que possibilitará ativar uma quantidade suficiente de unidades motoras capazes de suportar a mesma carga e realizar o mesmo trabalho na próxima série (Kraemer e Hakkinen, 2004). Neste caso, para minimizar a fadiga e aumentar a capacidade de desenvolver força, alguns autores sugerem intervalos de dois a quatro minutos (Woods et al., 2004), no entanto esta recomendação pode chegar a oito minutos em treinos específicos de atletas de força e potência muscular (Verkhoshansky, 1998).

De fato é verificado que intervalos curtos de descanso dificultam, ou até mesmo impossibilitam que se realize o mesmo trabalho nas séries subseqüentes. Richmond & Godard (2004), verificaram que intervalos mais longos possibilitam que as séries seguintes sejam realizadas com maior número de repetições, contribuindo para um maior volume de trabalho. Kraemer (1997) verificou que três minutos de descanso entre as séries foi suficiente para que atletas de futebol americano completassem 10RM no Leg Press e no Supino com a mesma carga da série anterior, no entanto o mesmo não ocorreu com um minuto de intervalo. Por outro lado, ao avaliar homens moderadamente treinados Willardson & Burket (2005), concluíram que mesmo com cinco minutos de intervalo não foi possível realizar o mesmo trabalho em quatro séries de supino ou agachamento com carga de 8RM.
Resumindo, treinos com características metabólicas são mais eficientes com intervalos curtos de descanso entre as séries, pois o objetivo é aumentar as concentrações de metabólitos. Já treinos com características tensionais o intervalo deve ser longo para se obter uma recuperação neural adequada (Gentil, 2005). Entretanto, é essencial que haja uma manipulação cuidadosa do intervalo de descanso para evitar um estresse inadequado e desnecessário.

Referências Bibliográficas

Abernethy PJ, Wehr M. Ammonia and lactate response to leg press work at 5 and 15 RM. J. Strength Cond. Res. 11(1):40-44, 1997.
Gentil P. Bases científicas do treinamento de hipertrofia. Rio de Janeiro. Sprint. 2005.
Kraemer WJ & Hakkinen K. Treinamento de força para o esporte. Porto Alegre. Artmed. 2004.
Kraemer WJ, Marchitelli LJ, McCurry YD, Mello R., Dziados JE, Harman EA, Frykman PN, Gordon SE. Fleck S. Hormonal a growth factor responses to heavy resistance exercise. J Appl. Physiol. 69:1442-1450, 1990.
Richmond SR, Godard MP. The effects of varied rest periods between sets to failure using the bench press in recreationally trained men. J. Strength Cond. Res. 18 (4):846-849, 2004.
Takarada I & Ishii N. Effects of Low-Intensity Resistance Exercise With Short Interset Rest Period on Muscular Function in Middle-Aged Women. J Strength Cond. Res. Vol.16 n°1 pp:123-128, 2002.
Verkhoshanski YV. Força: Treinamento de potencia muscular - Método de choque. Londrina, CID, 1998.
Willardson, J.M., and L.N. Burkett. A comparison of 3 different rest intervals on the exercise volume completed during a workout. J. Strength Cond. Res. 19(1):23-26. 2005.
Woods S, Bridge T, Nelson D, Risse K, Pinciveiro DM. The effects of rest interval length on ratings of perceived exertion during dynamic knee extension exercise. J. Strength Cond. Res. 2004, 18(3), 540-545. 2004.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Déficit de sono tem efeito 'dramático' sobre o corpo humano, diz estudo



Experimento revela que dormir pouco altera a atividade de centenas de genes, transformando a configuração química do organismo.

BBC
Doenças cardíacas, diabetes, obesidade e mau funcionamento do cérebro foram vinculados ao pouco dormir (Foto: BBC/Reprodução)Doenças cardíacas, diabetes, obesidade e mau funcionamento do cérebro foram vinculados ao pouco dormir (Foto: BBC/Reprodução)
Quantidades insuficientes de sono durante um período prolongado pode ter efeito profundo sobre o funcionamento do corpo humano, segundo pesquisadores britânicos.
Um experimento concluiu que a atividade de centenas de genes no organismo de voluntários foi alterada quando eles dormiram menos de seis horas por noite durante uma semana.
Em artigo na publicação científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), os pesquisadores disseram que os resultados do estudo ajudam a explicar como o sono insuficiente prejudica a saúde.
Doenças cardíacas, diabetes, obesidade e mau funcionamento do cérebro foram vinculados ao pouco dormir.
O processo pelo qual o déficit de sono altera a saúde, no entanto, ainda não é conhecido.
A equipe da Universidade de Surrey, na Inglaterra, coletou amostras de sangue de 26 pessoas após elas terem dormido bastante - até dez horas por noite - durante uma semana.
Na segunda fase do experimento, o mesmo grupo foi submetido a uma semana de sono insuficiente - menos de seis horas por noite. Amostras de sangue foram colhidas novamente.
Ao comparar as amostras, os cientistas observaram que a atividade de mais de 700 genes no organismo dos participantes foi alterada após a mudança no padrão do seu sono.
Configuração química
Cada gene contém instruções para a fabricação de uma proteína. Portanto, os que ficaram mais ativos produziram mais proteínas. Isso alterou completamente a configuração química no corpo dos voluntários.

O relógio natural dos seus organismos também foi perturbado pela falta de sono. A atividade de alguns genes aumenta e diminui no decorrer do dia, mas esse efeito foi enfraquecido pelo déficit de sono.
Falando à BBC, Colin Smith, da Universidade de Surrey, disse que 'houve uma mudança dramática na atividade de muitos tipos diferentes de genes'.
"Áreas como o sistema imunológico e a forma como o organismo reage a danos e estresse foram afetadas", agregou. "Claramente, dormir é essencial para a reconstrução do corpo e a manutenção de um estado funcional. (Caso contrário) vários tipos de danos parecem acontecer, o que pode resultar em doenças. Se não podemos reabastecer ou substituir células, isso leva à (formação de) doenças degenerativas."
O especialista disse que muitas pessoas podem estar vivendo com déficits de sono ainda maiores do que os estudados. Isso significa que essas mudanças nos genes podem ser comuns.
Comentando os resultados do experimento, o pesquisador Akhilesh Reddy, que estuda o relógio biológico humano na Universidade de Cambridge, Inglaterra, disse que o estudo é "interessante".
Para ele, as revelações mais importantes são os efeitos do sono insuficiente sobre inflamações e o sistema imunológico. Ele explicou que é possível estabelecer-se um vínculo entre esses efeitos e problemas de saúde como a diabetes.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

REFRIGERANTE DIET AUMENTA OS RISCOS DE ATAQUE CARDÍACO

Refrigerantes diet são opções menos calóricas quando comparados às versões ricas em açúcar, mas estudos recentes apontam que eles também não são mesmo uma opção saudável.
Pesquisadores da Escola de Medicina de Miller, na Universidade de Miami, e da Universidade de Columbia, ambas nos Estados Unidos, identificaram que o consumo de uma lata de refrigerante diet por dia pode elevar em 43% o risco de um ataque cardíaco ou derrame.
Ao longo de 10 anos, estudo analisou mais de 2500 pessoas
Para chegar a estes resultados, os cientistas analisaram, por um período de 10 anos, o consumo de refrigerantes em mais de 2.500 pessoas. Quando comparados àqueles que não bebem nenhum tipo de refrigerante, os voluntários que consumiam uma lata da bebida diet ao dia apresentaram risco 40% mais elevado de desenvolver doenças cardiovasculares, como derrames e ataques cardíacos. Os pesquisados não eram portadores de doenças preexistentes, como diabetes ou hipertensão.
Os cientistas explicam que são necessários novos estudos para explicar os mecanismos que relacionam a ingestão frequente de refrigerante diet e a maior propensão a doenças cardiovasculares.
Até o momento, não há estudos que comprovem a relação entre adoçantes e câncer
Em estudo anterior, os pesquisadores da Universidade de Columbia relacionaram o excesso de sódio nos refrigerantes diets com alto risco de desenvolver doenças cardiovasculares. Os adoçantes, presentes nas fórmulas, também estão na mira das agências mundiais de saúde, mas, até o momento, não existem evidências clínicas suficientes para afirmar que sua ingestão esteja associada ao desenvolvimento de doenças, como o câncer.

Liberacao Miofascial - Treinamento Funcional

Conheça a Liberação Miofascial, assunto do treinamento funcional



Todo músculo e cada fibra muscular são envolvidos por um tipo de tecido conjuntivo chamada fáscia, Todo músculo e cada fibra muscular são envolvidos por um tipo de tecido conjuntivo chamada fáscia, que forma os tendões e ligamentos nas extremidades dos músculos, assumindo a função de conectar músculo a osso e músculo a outro músculo. É a fáscia, portanto, que suporta os músculos e mantém a relação desses com os ossos, determinando, basicamente, a forma do corpo.
Ida Rolf , Ph.D. em Bioquímica pela Universidade de Columbia, ao longo das suas pesquisas científicas, fez uma descoberta muito importante sobre a constituição do corpo humano: a rede de tecido conjuntivo, que envolve e conecta o tecido muscular, tem propriedades plásticas e elásticas que fazem com que seja possível alterar a forma e a relação desse sistema (músculo/tecido conjuntivo) nos diversos segmentos corporais, em qualquer época da vida.
A descoberta da Dra. Rolf sobre a importância da fáscia revolucionou o pensamento sobre o corpo. Sabe-se, atualmente, que o tecido fascial pode ser alterado, respondendo à aplicação de energia nas formas de pressão e calor. Mediante a aplicação de uma dessas formas de energia (no caso do Rolfing® a pressão), a fáscia torna-se mais solúvel e pode permitir que as estruturas contidas no seu tecido alterem seu arranjo e se adaptem numa relação mais harmoniosa com as partes adjacentes do corpo.
Sabe-se também que quando o músculo é sobrecarregado por alguma razão, a fáscia absorve parte dessa carga, pois é submetida a um esforço contínuo e excessivo, tornando-se mais densa, mais curta e perdendo elasticidade e plasticidade. Assim, o corpo muda, gradativamente, sua estrutura. E desenvolve doenças como LER & DORT, mudanças posturais graves, dores por contraturas ou até emocionais por dor crônica.
A liberação miofascial
As técnicas de liberação miofascial estimulam as áreas que possam apresentar tecidos condensados limitando o de movimento.
Utilizando pressão, alongamentos especiais e envolvimento consciente do paciente, é possível modificar a organização molecular dos componentes líquidos dos tecidos, gerando uma nova organização. A rigidez dos tecidos e restrições desaparecem rapidamente, permitindo a modulação de tônus necessária na aceleração dos processos de reabilitação, facilitando a reeducação dos movimentos.
Uma pessoa com tecidos organizados para conviver em harmonia com a gravidade, terá a oportunidade de experenciar um corpo leve, livre de tensões e com uma conciência de si mesmo e de sua imagem corporal.
por Fernanda Marques