A prática regular de atividade física, principalmente o exercício físico bem orientado é sem dúvida alguma um importante componente para manter a saúde, ou ainda, aditivamente no tratamento de diversas patologias, como algumas doenças cardiovasculares, metabólicas e ósteo-músculo-articulares. Porém, o início da prática de exercícios físicos pode vir acompanhado de dores musculares no dia seguinte, denominado de dor muscular de início tardio (DMIT, e em inglês Delayed Onset Muscle Soreness [DOMS]), esta tem início nas primeiras oito horas após a sessão da atividade física, atingindo o seu pico nas 24 ou 48 horas no grupo muscular treinado.
A etiologia da DMIT ainda não está bem definida, porém existem diversos fatores relacionados ao surgimento dessa, como o dano celular muscular, a inflamação (i.e. aumento de PGE2, edema), o aumento do estresse oxidativo (radicais livres) e o espasmo muscular (i.e. isquemia e acúmulo de metabólitos). O surgimento da DMIT é mais frequente em indivíduos pouco ativos e sedentários, ou ainda quando realizamos treinos, exercícios ou movimentos (principalmente em contrações excêntricas, e.g. descer uma longa escadaria) que não estamos acostumados, portanto, o começo de um treinamento físico geralmente é acompanhado de uma sensação dolorosa na musculatura exercitada, muito sensível à palpação, acompanhado também de edema, aumento da atividade enzimática no sangue de proteínas como a creatina quinase (CK) ou lactato desidrogenase (LDH) e com a diminuição da flexibilidade e força. Pode parecer um quadro desanimador para a saída do sedentarismo, e início de uma vida mais ativa fisicamente, porém vale apena ressaltar que o quadro é transitório, alguns pesquisadores na área inclusive denominam como “microtrauma adaptativo”, o que torna o indivíduo treinado menos susceptível a DMIT e ao dano muscular.
Uma das causas mais relacionadas à DMIT é o dano ou lesão da célula muscular, que é caracterizado pelo rompimento da membrana (sarcolema), onde há o extravasamento do seu conteúdo intracelular para o extracelular, esse pode ser medido no pelo aumento da atividade de CK e LDH, e a concentração de mioglobina e troponina no sangue. Esse dano pode ser causado pela alta da carga de treino, contrações musculares vigorosas e/ou volumosas, principalmente as excêntricas, onde as estruturas miofibrilares não suportam o estresse mecânico, gerando um desarranjo nos sarcômeros (e.g. rompimento das linhas Z), e dano em diversas estruturas da fibra muscular, como retículo sarcoplasmático, túbulos transversos e sarcolema, consequentemente a capacidade de gerar força fica diminuída, o que atualmente é considerado um dos marcadores para o dano muscular.
Geralmente a DMIT está relacionada à intensidade do exercício, ou seja, o peso exagerado que é colocado na barra ou no equipamento de musculação, ou ainda na velocidade da corrida, porém o volume (quantidade) também é importante, o número de séries e repetições nos exercícios de musculação, ou a quantidade de quilômetros que um indivíduo corre quando demasiado também pode ser significativo para o surgimento da DMIT. Sendo assim, principalmente para um indivíduo pouco ativo fisicamente, o controle dessas duas variáveis é muito importante.
No início de um programa de exercício físico, evite nas primeiras semanas alta intensidade e alto volume, comece com pouco peso, e um baixo número de séries e repetições (e.g. 1 a 2 séries de 12 repetições), e aumente a carga de treino progressivamente, assim terá um começo menos dolorido e mais prazeroso.
Prof.Dr. Marco Carlos Uchida
Professor do Departamento de Estudos da Atividade Física Adaptada, FEF/UNICAMP
A etiologia da DMIT ainda não está bem definida, porém existem diversos fatores relacionados ao surgimento dessa, como o dano celular muscular, a inflamação (i.e. aumento de PGE2, edema), o aumento do estresse oxidativo (radicais livres) e o espasmo muscular (i.e. isquemia e acúmulo de metabólitos). O surgimento da DMIT é mais frequente em indivíduos pouco ativos e sedentários, ou ainda quando realizamos treinos, exercícios ou movimentos (principalmente em contrações excêntricas, e.g. descer uma longa escadaria) que não estamos acostumados, portanto, o começo de um treinamento físico geralmente é acompanhado de uma sensação dolorosa na musculatura exercitada, muito sensível à palpação, acompanhado também de edema, aumento da atividade enzimática no sangue de proteínas como a creatina quinase (CK) ou lactato desidrogenase (LDH) e com a diminuição da flexibilidade e força. Pode parecer um quadro desanimador para a saída do sedentarismo, e início de uma vida mais ativa fisicamente, porém vale apena ressaltar que o quadro é transitório, alguns pesquisadores na área inclusive denominam como “microtrauma adaptativo”, o que torna o indivíduo treinado menos susceptível a DMIT e ao dano muscular.
Uma das causas mais relacionadas à DMIT é o dano ou lesão da célula muscular, que é caracterizado pelo rompimento da membrana (sarcolema), onde há o extravasamento do seu conteúdo intracelular para o extracelular, esse pode ser medido no pelo aumento da atividade de CK e LDH, e a concentração de mioglobina e troponina no sangue. Esse dano pode ser causado pela alta da carga de treino, contrações musculares vigorosas e/ou volumosas, principalmente as excêntricas, onde as estruturas miofibrilares não suportam o estresse mecânico, gerando um desarranjo nos sarcômeros (e.g. rompimento das linhas Z), e dano em diversas estruturas da fibra muscular, como retículo sarcoplasmático, túbulos transversos e sarcolema, consequentemente a capacidade de gerar força fica diminuída, o que atualmente é considerado um dos marcadores para o dano muscular.
Geralmente a DMIT está relacionada à intensidade do exercício, ou seja, o peso exagerado que é colocado na barra ou no equipamento de musculação, ou ainda na velocidade da corrida, porém o volume (quantidade) também é importante, o número de séries e repetições nos exercícios de musculação, ou a quantidade de quilômetros que um indivíduo corre quando demasiado também pode ser significativo para o surgimento da DMIT. Sendo assim, principalmente para um indivíduo pouco ativo fisicamente, o controle dessas duas variáveis é muito importante.
No início de um programa de exercício físico, evite nas primeiras semanas alta intensidade e alto volume, comece com pouco peso, e um baixo número de séries e repetições (e.g. 1 a 2 séries de 12 repetições), e aumente a carga de treino progressivamente, assim terá um começo menos dolorido e mais prazeroso.
Prof.Dr. Marco Carlos Uchida
Professor do Departamento de Estudos da Atividade Física Adaptada, FEF/UNICAMP
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