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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Preparador Físico Futebol Profissional - RODRIGO POLETTO: Treinamento da Velocidade e Agilidade no Futebol
Preparador Físico Futebol Profissional - RODRIGO POLETTO: Treinamento da Velocidade e Agilidade no Futebol: "VELOCIDADE HOLLMANN, citado por BARBANTI (1996, p. 68) define velocidade como a 'máxima rapidez de movimento que pod..."
Treinamento da Velocidade e Agilidade no Futebol
VELOCIDADE HOLLMANN, citado por BARBANTI (1996, p. 68) define velocidade como a "máxima rapidez de movimento que pode ser alcançada". "Velocidade é a capacidade, com base na mobilidade dos processos do sistema nervo-músculo e da capacidade de desenvolvimento da força muscular, de completar ações motoras, sob determinadas condições, no menor tempo" (FREY, citado por WEINECK, 1991, p. 210). De acordo com HARRE, citado por MANSO, VALDIVIELSO e CABALLERO (1996), é a capacidade motora que se manifesta em sua totalidade nas ações motrizes onde o rendimento máximo não seja limitado pelo cansaço. GROSSER, citado por ACERO (2000), define a velocidade como a capacidade de conseguir, por meio de processos cognitivos, a máxima força volitiva e funcionalidade do sistema neuromuscular, uma máxima velocidade de reação e de movimento em determinadas condições estabelecidas.
A velocidade é dividida em: velocidade de reação, velocidade de movimentos acíclicos, velocidade de locomoção (máxima) e velocidade de força (BARBANTI, 1996). Para WEINECK (1991), a velocidade se divide em: velocidade de reação, velocidade acíclica e cíclica e velocidade de deslocamento. Velocidade de reação é o tempo gasto entre a resposta (movimento) muscular e o estímulo ou sinal recebido pelo organismo (STEINBACH, citado por BARBANTI, 1996). Para GARCIA, MUIÑO e TELEÑA (1977), é a resposta inicial a um estímulo, começo do movimento. Para BARBANTI (1996), velocidade de movimentos acíclicos é a rapidez dos movimentos com mudanças de direção, também conhecida como agilidade; velocidade de locomoção é conhecida como velocidade máxima ou velocidade de sprint, isto é, a velocidade máxima que pode ser empregada em qualquer movimento; velocidade de força é a capacidade de executar movimentos rápidos contra resistências específicas.
De acordo com GARCIA, MUIÑO e TELEÑA (1977) a velocidade é uma capacidade inata do ser humano. Para BOMPA (2002), grande parte da capacidade de velocidade é determinada geneticamente. Quanto maior for a proporção de fibras de contração rápida em relação às fibras de contração lenta, maior será a capacidade de contração rápida e explosiva do organismo. Entretanto, apesar da relação da velocidade com a genética, ela não é um fator limitante. Os atletas podem melhorar sua capacidade com o treinamento.
O aspecto coordenativo é muito importante para esta capacidade. Crianças e jovens que não desenvolverem sua coordenação de membros superiores terão prejudicado seu desempenho de velocidade de corrida. Aqui o desenvolvimento multilateral durante a infância auxiliará no desenvolvimento desta capacidade física (BOMPA, 2002).
A velocidade pode se manifestar de algumas maneiras no futebol, como descrito abaixo por ACERO (2000):
1 - Ato motor acíclico sem resistência elevada: acompanhar, empurrar, passar a bola...
2 - Atos motores elementares e cíclicos que acontecem em pouco espaço e sem resistência elevada: skippings e tappings.
3 - Atos motores com maior resistência (superior a 30% da força máxima), sobretudo movimentos de aceleração: saídas, lançamentos, saltos, ações de combates.
4 - Atos motores acíclicos e cíclicos que se repetem várias vezes: várias saídas e sprints, sem e com mudanças de direção, ações de jogo e de combate.
5 - Atos motores integrais, em situações simples e complexas: em jogo - análises de informação rápida.
6 - Resistência de velocidade: tomada de decisão rápida (com êxito).
A velocidade é dividida em: velocidade de reação, velocidade de movimentos acíclicos, velocidade de locomoção (máxima) e velocidade de força (BARBANTI, 1996). Para WEINECK (1991), a velocidade se divide em: velocidade de reação, velocidade acíclica e cíclica e velocidade de deslocamento. Velocidade de reação é o tempo gasto entre a resposta (movimento) muscular e o estímulo ou sinal recebido pelo organismo (STEINBACH, citado por BARBANTI, 1996). Para GARCIA, MUIÑO e TELEÑA (1977), é a resposta inicial a um estímulo, começo do movimento. Para BARBANTI (1996), velocidade de movimentos acíclicos é a rapidez dos movimentos com mudanças de direção, também conhecida como agilidade; velocidade de locomoção é conhecida como velocidade máxima ou velocidade de sprint, isto é, a velocidade máxima que pode ser empregada em qualquer movimento; velocidade de força é a capacidade de executar movimentos rápidos contra resistências específicas.
De acordo com GARCIA, MUIÑO e TELEÑA (1977) a velocidade é uma capacidade inata do ser humano. Para BOMPA (2002), grande parte da capacidade de velocidade é determinada geneticamente. Quanto maior for a proporção de fibras de contração rápida em relação às fibras de contração lenta, maior será a capacidade de contração rápida e explosiva do organismo. Entretanto, apesar da relação da velocidade com a genética, ela não é um fator limitante. Os atletas podem melhorar sua capacidade com o treinamento.
O aspecto coordenativo é muito importante para esta capacidade. Crianças e jovens que não desenvolverem sua coordenação de membros superiores terão prejudicado seu desempenho de velocidade de corrida. Aqui o desenvolvimento multilateral durante a infância auxiliará no desenvolvimento desta capacidade física (BOMPA, 2002).
A velocidade pode se manifestar de algumas maneiras no futebol, como descrito abaixo por ACERO (2000):
1 - Ato motor acíclico sem resistência elevada: acompanhar, empurrar, passar a bola...
2 - Atos motores elementares e cíclicos que acontecem em pouco espaço e sem resistência elevada: skippings e tappings.
3 - Atos motores com maior resistência (superior a 30% da força máxima), sobretudo movimentos de aceleração: saídas, lançamentos, saltos, ações de combates.
4 - Atos motores acíclicos e cíclicos que se repetem várias vezes: várias saídas e sprints, sem e com mudanças de direção, ações de jogo e de combate.
5 - Atos motores integrais, em situações simples e complexas: em jogo - análises de informação rápida.
6 - Resistência de velocidade: tomada de decisão rápida (com êxito).
Para WEINECK (2000, p. 356), existe uma complexa classificação das formas como se apresenta a velocidade no futebol:
· Velocidade de percepção - por meio dos sentidos (visão, olfato, audição), absorver rapidamente as informações importantes para o jogo.
· Capacidade de antecipação - sobre a base da experiência e do conhecimento do adversário prever as ações dos companheiros e adversários.
· Velocidade de decisão - decidir-se no menor tempo possível por uma ação efetiva entre várias possibilidades.
· Velocidade de reação - reagir rápido em ações surpresas do adversário, da bola e dos companheiros de equipe.
· Velocidade de movimento sem bola - realizar movimentos cíclicos e acíclicos em alta velocidade.
· Velocidade de ação com bola - realizar ações com bola em alta velocidade.
· Velocidade-habilidade - agir de forma rápida e efetiva em relação às suas possibilidades técnico-táticas e condicionais.
· Velocidade de percepção - por meio dos sentidos (visão, olfato, audição), absorver rapidamente as informações importantes para o jogo.
· Capacidade de antecipação - sobre a base da experiência e do conhecimento do adversário prever as ações dos companheiros e adversários.
· Velocidade de decisão - decidir-se no menor tempo possível por uma ação efetiva entre várias possibilidades.
· Velocidade de reação - reagir rápido em ações surpresas do adversário, da bola e dos companheiros de equipe.
· Velocidade de movimento sem bola - realizar movimentos cíclicos e acíclicos em alta velocidade.
· Velocidade de ação com bola - realizar ações com bola em alta velocidade.
· Velocidade-habilidade - agir de forma rápida e efetiva em relação às suas possibilidades técnico-táticas e condicionais.
GODIK e POPOV (1999) também consideram que a velocidade se expressa de diversas formas no futebol.
Segundo SCHMID e ALEJO (2002), a velocidade é mais complexa do que correr o mais rápido possível. A velocidade no futebol inclui rapidez, tiros curtos, movimentos rápidos em todas as direções, a habilidade de reagir e parar rapidamente, velocidade e tempo de reação. Velocidade é uma combinação de força e excelente resistência, o que é necessário para a realização dos movimentos com máxima rapidez em todo o tempo.
Segundo SCHMID e ALEJO (2002), a velocidade é mais complexa do que correr o mais rápido possível. A velocidade no futebol inclui rapidez, tiros curtos, movimentos rápidos em todas as direções, a habilidade de reagir e parar rapidamente, velocidade e tempo de reação. Velocidade é uma combinação de força e excelente resistência, o que é necessário para a realização dos movimentos com máxima rapidez em todo o tempo.
Treinamento da velocidadeSegundo POEL e EISFELD, citado por WEINECK (2000, p. 406) o treinamento da velocidade deve ocorrer em quatro níveis:
1. Coordenação geral, por meio do treinamento da corrida.
2. Melhoria do poder de saída e de reação com o uso de formas de treinamento semelhantes ao jogo.
3. Treinamento da velocidade por intermédio de formas de treinamento específicas do futebol com a utilização da bola.
4. Treinamento da força.
Considera-se que todos os tipos de treinamento e preparação têm como objetivo aumentar a rapidez, a velocidade de resposta e a melhora de sua utilização em condições de competição (VERCHOSANSKIJ, citado por ACERO, 2000).
A velocidade deve ser treinada tanto no período preparatório, como no competitivo. No período competitivo, utilizar principalmente exercícios específicos e com bola (GODIK; POPOV, 1999).
GARCIA, MUIÑO e TELEÑA (1977); SCHMID e ALEJO (2002) colocam como um dos primeiros passos para a aprendizagem e treinamento da velocidade, ensinar a técnica de corrida. Com a aquisição dessa habilidade, o treinamento será otimizado, evitando erros futuros, lesões por esforços realizados de forma incorreta, treinamento inadequado e insuficiente, e um gasto energético desnecessário.
De acordo com dados obtidos por ISRAEL e BLASER, citado por WEINECK (1991); WEINECK (2000), pode-se concluir que o treinamento de velocidade deve ocorrer o mais precoce possível, pois há um o risco de crianças e jovens perderem velocidade por começarem a treinar tardiamente. Segundo estudos citados por WEINECK (2000), a freqüência e a velocidade dos movimentos têm o seu mais alto incremento durante a faixa etária de 6 a 10 anos. Entretanto, na infância, a velocidade e a força rápida devem ser treinadas quase que exclusivamente por meio de formas de jogo.
De acordo com BORMS, citado por REILLY, BANGSBO e FRANKS (2000), durante o treinamento de velocidade na fase pré-púbere, deve-se preconizar os aspectos coordenativos. Na fase seguinte deve-se ater na massa muscular e na performance corpórea. Na idade adulta, as mais variadas formas devem ser aplicadas no treinamento. Para GODIK e POPOV (1999) os preparadores físicos devem mudar constantemente a forma de aplicação dos exercícios de velocidade.
Conforme MARKOSJAN e WASJUTINA, citado por WEINECK (1991), no final da pubescência os tempos de latência e de reação atingem os valores adultos. O aumento da força máxima e rápida, condicionadas pelos hormônios (aumento da testosterona nos meninos) (KOINZER, citado por WEINECK, 1991), e o aumento da capacidade anaeróbia resultam em altos ganhos de velocidade nessa faixa etária. Nesse período, os treinamentos anaeróbios podem ser introduzidos para uma melhora de performance. Devem ser utilizados por meio do treinamento dos componentes da velocidade, ou seja, da força rápida (FREY, citado por WEINECK, 1991).
Os principais métodos utilizados para crianças e adolescentes são os métodos de repetição e intervalos curtos. Deve-se observar a escolha de cargas e distâncias que garantam uma obtenção de energia alática (WEINECK, 1991). As crianças e os adolescentes devem iniciar um trabalho sempre partindo dos exercícios mais simples aos mais complexos exercícios de reação, até atingirem os mais diferentes exercícios de reação e de formas técnico-táticas de jogo específicas do futebol (WEINECK, 2000). GODIK e POPOV (1999) consideram que o método repetitivo é o melhor para desenvolvimento e aperfeiçoamento da velocidade. WEINECK (2000), acrescenta ainda, que a dosagem correta dos componentes da sobrecarga tem importância fundamental na utilização do método de repetição.
No período da adolescência pode-se realizar um treinamento de velocidade ilimitado, nos aspectos de condicionamento físico e nos aspectos coordenativos. Os métodos e conteúdos são semelhantes ao treinamento dos adultos, e apresentam diferenças no aspecto quantitativo (WEINECK, 1991). A eficácia do treinamento de velocidade aumenta com a idade (GOLOMAZOV; SHIRVA, 1996).
BISANZ, citado por WEINECK (2000) preconiza que, pelo menos uma vez por semana, os adolescentes devem realizar um treinamento específico de velocidade, de força rápida e da coordenação.
Segundo BOMPA (2002), o treinamento de velocidade na pós-puberdade deve se tornar específico, relacionando-se com as exigências da modalidade praticada. No caso específico do futebol, não se deve esquecer a utilização da bola neste tipo de treinamento. Os exercícios físicos com bola aproximam-se do jogo e tem um efeito benéfico (KUNZE, 1987). Para GOLOMAZOV e SHIRVA (1996), treinar a velocidade com bola aumenta a precisão do chute.
BOMPA (2002) preconiza para o período da pós-puberdade, em média, duas sessões semanais de treino de velocidade, com distâncias curtas de dez a trinta metros. Para GODIK e POPOV (1999) as distâncias exercitadas devem compreender entre cinco e setenta metros, com duração entre três e oito segundos.
A recuperação entre as séries é tão importante quanto o exercício propriamente dito. Essa recuperação deve ser estabelecida em função do débito de oxigênio, girando em torno de dois a três minutos (GODIK; POPOV, 1999).
Uma dúvida importante é como saber a intensidade e a quantidade de "tiros" de velocidade? Segundo GODIK e POPOV (1999); WEINECK (2000), os "tiros" devem ser realizados no limite máximo (95-100%). WEINECK (2000) complementa que atividades com intensidade submáxima trabalharão mais a resistência de velocidade, que tem um papel secundário nos componentes da velocidade. GODIK e POPOV (1999) afirmam ainda, que o número de repetições varia em função do condicionamento, quando o preparador físico detectar queda no rendimento, deverá interromper o exercício. O controle pode ser feito por meio da medição dos tempos de corrida.
Estudo realizado por CUNHA (2003) com equipes de futebol da categoria juvenil mostrou que 100% das equipes trabalham a capacidade de velocidade, utilizando exercícios específicos para desenvolvê-la.
1. Coordenação geral, por meio do treinamento da corrida.
2. Melhoria do poder de saída e de reação com o uso de formas de treinamento semelhantes ao jogo.
3. Treinamento da velocidade por intermédio de formas de treinamento específicas do futebol com a utilização da bola.
4. Treinamento da força.
Considera-se que todos os tipos de treinamento e preparação têm como objetivo aumentar a rapidez, a velocidade de resposta e a melhora de sua utilização em condições de competição (VERCHOSANSKIJ, citado por ACERO, 2000).
A velocidade deve ser treinada tanto no período preparatório, como no competitivo. No período competitivo, utilizar principalmente exercícios específicos e com bola (GODIK; POPOV, 1999).
GARCIA, MUIÑO e TELEÑA (1977); SCHMID e ALEJO (2002) colocam como um dos primeiros passos para a aprendizagem e treinamento da velocidade, ensinar a técnica de corrida. Com a aquisição dessa habilidade, o treinamento será otimizado, evitando erros futuros, lesões por esforços realizados de forma incorreta, treinamento inadequado e insuficiente, e um gasto energético desnecessário.
De acordo com dados obtidos por ISRAEL e BLASER, citado por WEINECK (1991); WEINECK (2000), pode-se concluir que o treinamento de velocidade deve ocorrer o mais precoce possível, pois há um o risco de crianças e jovens perderem velocidade por começarem a treinar tardiamente. Segundo estudos citados por WEINECK (2000), a freqüência e a velocidade dos movimentos têm o seu mais alto incremento durante a faixa etária de 6 a 10 anos. Entretanto, na infância, a velocidade e a força rápida devem ser treinadas quase que exclusivamente por meio de formas de jogo.
De acordo com BORMS, citado por REILLY, BANGSBO e FRANKS (2000), durante o treinamento de velocidade na fase pré-púbere, deve-se preconizar os aspectos coordenativos. Na fase seguinte deve-se ater na massa muscular e na performance corpórea. Na idade adulta, as mais variadas formas devem ser aplicadas no treinamento. Para GODIK e POPOV (1999) os preparadores físicos devem mudar constantemente a forma de aplicação dos exercícios de velocidade.
Conforme MARKOSJAN e WASJUTINA, citado por WEINECK (1991), no final da pubescência os tempos de latência e de reação atingem os valores adultos. O aumento da força máxima e rápida, condicionadas pelos hormônios (aumento da testosterona nos meninos) (KOINZER, citado por WEINECK, 1991), e o aumento da capacidade anaeróbia resultam em altos ganhos de velocidade nessa faixa etária. Nesse período, os treinamentos anaeróbios podem ser introduzidos para uma melhora de performance. Devem ser utilizados por meio do treinamento dos componentes da velocidade, ou seja, da força rápida (FREY, citado por WEINECK, 1991).
Os principais métodos utilizados para crianças e adolescentes são os métodos de repetição e intervalos curtos. Deve-se observar a escolha de cargas e distâncias que garantam uma obtenção de energia alática (WEINECK, 1991). As crianças e os adolescentes devem iniciar um trabalho sempre partindo dos exercícios mais simples aos mais complexos exercícios de reação, até atingirem os mais diferentes exercícios de reação e de formas técnico-táticas de jogo específicas do futebol (WEINECK, 2000). GODIK e POPOV (1999) consideram que o método repetitivo é o melhor para desenvolvimento e aperfeiçoamento da velocidade. WEINECK (2000), acrescenta ainda, que a dosagem correta dos componentes da sobrecarga tem importância fundamental na utilização do método de repetição.
No período da adolescência pode-se realizar um treinamento de velocidade ilimitado, nos aspectos de condicionamento físico e nos aspectos coordenativos. Os métodos e conteúdos são semelhantes ao treinamento dos adultos, e apresentam diferenças no aspecto quantitativo (WEINECK, 1991). A eficácia do treinamento de velocidade aumenta com a idade (GOLOMAZOV; SHIRVA, 1996).
BISANZ, citado por WEINECK (2000) preconiza que, pelo menos uma vez por semana, os adolescentes devem realizar um treinamento específico de velocidade, de força rápida e da coordenação.
Segundo BOMPA (2002), o treinamento de velocidade na pós-puberdade deve se tornar específico, relacionando-se com as exigências da modalidade praticada. No caso específico do futebol, não se deve esquecer a utilização da bola neste tipo de treinamento. Os exercícios físicos com bola aproximam-se do jogo e tem um efeito benéfico (KUNZE, 1987). Para GOLOMAZOV e SHIRVA (1996), treinar a velocidade com bola aumenta a precisão do chute.
BOMPA (2002) preconiza para o período da pós-puberdade, em média, duas sessões semanais de treino de velocidade, com distâncias curtas de dez a trinta metros. Para GODIK e POPOV (1999) as distâncias exercitadas devem compreender entre cinco e setenta metros, com duração entre três e oito segundos.
A recuperação entre as séries é tão importante quanto o exercício propriamente dito. Essa recuperação deve ser estabelecida em função do débito de oxigênio, girando em torno de dois a três minutos (GODIK; POPOV, 1999).
Uma dúvida importante é como saber a intensidade e a quantidade de "tiros" de velocidade? Segundo GODIK e POPOV (1999); WEINECK (2000), os "tiros" devem ser realizados no limite máximo (95-100%). WEINECK (2000) complementa que atividades com intensidade submáxima trabalharão mais a resistência de velocidade, que tem um papel secundário nos componentes da velocidade. GODIK e POPOV (1999) afirmam ainda, que o número de repetições varia em função do condicionamento, quando o preparador físico detectar queda no rendimento, deverá interromper o exercício. O controle pode ser feito por meio da medição dos tempos de corrida.
Estudo realizado por CUNHA (2003) com equipes de futebol da categoria juvenil mostrou que 100% das equipes trabalham a capacidade de velocidade, utilizando exercícios específicos para desenvolvê-la.
AGILIDADE "A agilidade se refere à capacidade do atleta de mudar de direção de forma rápida e eficaz, mover-se com facilidade no campo ou fingir ações que enganem o adversário a sua frente" (BOMPA, 2002, p. 51). Segundo RIGO (1977), agilidade é a movimentação do corpo no espaço, ou seja, movimentos que incluam trocas de sentido e direção. Para BARBANTI (2003, p. 15), é a "capacidade de executar movimentos rápidos e ligeiros com mudanças de direção". Para BARROS, citado por OLIVEIRA (2000, p. 24), a agilidade é "uma variável neuro-motora caracterizada pela capacidade de realizar trocas rápidas de direção, sentido e deslocamento da altura do centro de gravidade de todo corpo ou parte dela".
Para SCHMID e ALEJO (2002), equilíbrio, força, coordenação e resistência são componentes necessários da agilidade. Segundo OLIVEIRA (2000), muitas definições colocam a agilidade como inserida na velocidade, diferenciando-se apenas quanto às mudanças de direção.
A agilidade no futebol é a habilidade para mudar os movimentos o mais rápido possível frente a situações imprevisíveis, tomando rápidas decisões e executando ações de modo eficiente (SCHMID; ALEJO, 2002).
Para SCHMID e ALEJO (2002), equilíbrio, força, coordenação e resistência são componentes necessários da agilidade. Segundo OLIVEIRA (2000), muitas definições colocam a agilidade como inserida na velocidade, diferenciando-se apenas quanto às mudanças de direção.
A agilidade no futebol é a habilidade para mudar os movimentos o mais rápido possível frente a situações imprevisíveis, tomando rápidas decisões e executando ações de modo eficiente (SCHMID; ALEJO, 2002).
Treinamento da agilidade "A agilidade desenvolve-se por meio de exercícios que exigem uma inversão rápida dos movimentos com participação de todo o corpo" (KUNZE, 1987, p. 140). Para os jogadores de futebol, o treinamento da agilidade é ótimo para melhorar os níveis de habilidade (SCHMID; ALEJO, 2002).
O treinamento da agilidade, durante a pré-temporada, deveria ser realizado de duas a três vezes por semana e, durante a temporada, uma ou duas vezes por semana (SCHMID; ALEJO, 2002).
Segundo estudo realizado por CUNHA (2003), 57% das equipes de futebol da categoria juvenil realizam um trabalho específico de agilidade. Isso pode ser explicado, pois muitos preparadores físicos não distinguem o trabalho da velocidade com o da agilidade, treinando as duas capacidades conjuntamente. A definição fornecida por BARBANTI (1996) para a velocidade acíclica, confirma essa afirmação, para o autor velocidade acíclica também é conhecida como agilidade.
O treinamento da agilidade, durante a pré-temporada, deveria ser realizado de duas a três vezes por semana e, durante a temporada, uma ou duas vezes por semana (SCHMID; ALEJO, 2002).
Segundo estudo realizado por CUNHA (2003), 57% das equipes de futebol da categoria juvenil realizam um trabalho específico de agilidade. Isso pode ser explicado, pois muitos preparadores físicos não distinguem o trabalho da velocidade com o da agilidade, treinando as duas capacidades conjuntamente. A definição fornecida por BARBANTI (1996) para a velocidade acíclica, confirma essa afirmação, para o autor velocidade acíclica também é conhecida como agilidade.
Preparador Físico Futebol Profissional - RODRIGO POLETTO: Características do Futebol
Preparador Físico Futebol Profissional - RODRIGO POLETTO: Características do Futebol: "Análise do Volume do jogo de FutebolAnalise das distancias e velocidades percorridas pelos atletas de futebol durante as partidas:17% (17 mi..."
Características do Futebol
Análise do Volume do jogo de Futebol
Analise das distancias e velocidades percorridas pelos atletas de futebol durante as partidas:
17% (17 min) – parado
39% andando (37min) – até 4 km/h
35% trote leve (35min) – 8 a 16 km/h
8% alta intensidade (8 min) – 17 a 23 km/h
1% sprints – acima de 24 km/h
0,5% a 3% (30s a 3 min) – com posse de bola
Andando até 4 km/h - 3.440 metros
Trotando até 8 km/h – 3.200 metros
Corrida baixa intensidade até 12 km/h – 2.500 metros
Velocidade moderada até 16 km/h – 1.700 metros
Velocidade de alta intensidade até 21 km/h – 700 metros
Sprint até 30 km/h – 400 metros
Sob máxima intensidade, um futebolista se desloca em velocidade durante o jogo em tempo máximo de 2 a 6 segundos. O número de séries de velocidade máxima durante as partidas oficiais é de 65 a 100 repetições.
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Zonas de Intensidade
Zonas de intensidade | ||||
Cap. Aeróbia | Pot. Aeróbia | Cap. Anaeróbia | Pot. Anaeróbia | |
Adaptações específicas | desenvolv. da cap. de trabalho em condições próximas à predominância do met. anaeróbio de produção de energia | desenvolv. da cap. de trabalho em condições de consumo máximo de oxigênio, VO 2 máx | desenvolv. da cap. trabalho em regime anaeróbio, tolerando elevados níveis de concentração de ácido láctico local e circulante | desenvolv. da cap. de trabalho por unidade de tempo em condições de fornecimento de energia em regime anaeróbio |
Intensidade | 60-70% FCmáx [La] entre 2-4 mmol/l | 85-90% FCmáx [La] entre 5-8 mmol/l | 90-95% FCmáx [La] entre 8-10 mmol/l | 95-100% FCmáx [La] acima de 10 mmol/l |
Quadro 1: Zonas de intensidade e suas adaptações específicas no organismo (adaptado de Ferreira, 2002 e Chamoux e col., 1988)
Puygnaire e col. (2003) sugerem alguns jogos reduzidos para o treino em algumas das zonas de intensidade citadas anteriormente:
Capacidade Aeróbia:
- A duração do exercício deverá situar-se entre 25 e 50 minutos; a intensidade, determinada pela FC, deve situar-se entre 140 e 160 bpm (aproximadamente 80% FCmáx).
- Duas equipas de oito jogadores enfrentam-se num espaço de 50x40 metros; o objetivo é a manutenção da posse de bola dentro deste espaço. Marca um ponto a equipa que fizer oito passes consecutivos.
- O jogo reduzido possui duas partes de 10 minutos com cinco minutos de intervalo.
Potência Aeróbia:
- Volume de trabalho de aproximadamente 20 minutos; o tempo de trabalho deverá ser igual ao tempo de recuperação (entre jogos); a FC deve situar-se entre 170 e 190 bpm (aproximadamente 90% FCmáx);
- Atuam 12 jogadores mais dois guarda redes, na zona central da metade do campo (meio campo de comprimento e a largura se estende pelo tamanho da área) joga-se 3x3;
- Realizam-se oito repetições de dois minutos e 30 segundos de trabalho com descanso ativo em mesmo intervalo (um grupo trabalha e outro recupera).
A partir dos exemplos apresentados anteriormente, pode-se notar que as variáveis manipuladas nos jogos reduzidos foram: a meta, no primeiro exemplo, que passou a ser o número de passes consecutivos e, em ambos os exemplos, o número de jogadores, o espaço e o tempo foram reduzidos.
O Quadro 2 apresenta alguns valores de referência para a construção a partir da modulação das variáveis anteriormente citadas, como tempo de jogo, número de jogadores, campo de jogo, regras, entre outras, de exercícios integrados que visem o treino da capacidade anaeróbia e da potência anaeróbia.
Cap. Anaeróbia | Pot. Anaeróbia | |
duração do exercício | 1min | 30s |
duração da pausa | 2min | 2min |
intensidade (%FCmáx) | 90-95% | 95-100% |
intensidade (FCbpm) | 180-190 | 190-200 |
velocidade de execução | elevada | máxima |
volume total | 20-25min | 15-20min |
Quadro 2: Valores de referência para a construção de exercícios integrados para o treino de capacidade anaeróbia e potência anaeróbia (adaptado de Ferreira, 2002)
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Preparador Físico Futebol Profissional - RODRIGO POLETTO: Efeitos do Calor no Ser Humano
Preparador Físico Futebol Profissional - RODRIGO POLETTO: Efeitos do Calor no Ser Humano: "O que você precisa saber sobre sua saúde e o calor no verão!!! RIO - O clima quente e úmido, como o nosso, é considerado o pior do mundo ..."
Efeitos do Calor no Ser Humano
O que você precisa saber sobre sua saúde e o calor no verão!!!
RIO - O clima quente e úmido, como o nosso, é considerado o pior do mundo por especialistas. Seres humanos podem mesmo viver com conforto num clima com temperatura maior que a do corpo, desde que seja seco. A umidade reduz a eficiência do nosso mecanismo natural de resfriamento, isto é, suar. Quanto mais úmido, pior a sensação de calor. Ontem, por exemplo, a umidade relativa do ar chegou a assustadores 70% no Rio de Janeiro. Se a umidade exceder 75%, escorre pelo corpo em grande quantidade e não evapora. Suar assim, só causa desidratação. O efeito refrescante é perdido.
A combinação de umidade elevada e calor extremo é opressiva. O clima quente e úmido é perigoso. É mais fácil sobreviver no frio.
A REAÇÃO DO ORGANISMO:
A temperatura normal do corpo humano é de 36,5 graus Celsius, mas algumas pessoas podem suportar uma queda de mais de 20 graus. Porém, um aumento da temperatura corporal de apenas cinco graus é, invariavelmente, fatal. Ambientes quentes e úmidos não só parecem terríveis, como são de fato perigosos.
O calor provoca vasodilatação, o que pode causar queda da pressão arterial e provocar mal-estar, sonolência e desânimo.
Quando a temperatura externa é superior à do corpo, o único meio de perder calor é suar. Temos cerca de 3 milhões de glândulas sudoríferas (metade na pele do tórax e das costas). A testa e a palma das mãos também têm grande concentração. As mulheres só produzem aproximadamente a metade do suor dos homens. Idosos correm mais risco porque suam menos.
As células do cérebro são extremamente sensíveis ao calor. Se a temperatura corporal chegar a 42 graus Celsius (a normal é de cerca de 36,5 C), elas começam a morrer.
EXERCÍCIOS:
Muito cuidado com exercícios físicos em dias quentes como hoje, pois eles podem aumentar em até cinco vezes a produção de calor.
Ao se exercitar no calor, a pessoa perde muita água, sais e minerais (eletrólitos) pelo excesso de suor. Com isso, fica exposta a câimbras já que a quantidade de eletrólitos se torna deficiente nos músculos.
ROUPAS:
Beber pouco líquido e usar roupas pesadas, como ternos, são outros fatores de risco.
Roupas impermeáveis são perigosas porque impedem a transpiração. Prefira tecidos "respiráveis", como os de algodão e os de tecidos sintéticos modernos.
SAÚDE:
Drogas: Algumas causam hipertermia (aumento da temperatura corporal). A mais conhecida é o ecstasy.
Álcool e cafeína: Consumo excessivo de cafeína e álcool aumenta as chances de desidratação.
Brotoejas: São problemas comuns no calor. A causa é a inflamação das glândulas sudoríparas, que causa pequenas bolhas vermelhas. Afetam uma em cada três pessoas expostas a climas quentes.
Insolação: É uma emergência e se não tratada imediatamente pode ser letal ou causar danos cerebrais. A melhor maneira de tratar uma vítima de insolação é passar em seu corpo uma esponja com água morna. O resfriamento por evaporação baixa a temperatura da pele muito mais depressa do que a imersão numa banheira de água fria, já que o choque térmico causa constrição dos vasos e reduz a perda de calor. Nos casos graves deve-se aplicar compressas de gelo em locais em que grandes vasos sanguíneos estão perto da superfície da pele, como pescoço, axilas e virilha.
A insolação acontece quando o corpo não consegue mais deter a elevação da própria temperatura e esta ultrapassa 41 graus Celsius. Ela evolui depressa. Seus sintomas são dor de cabeça, pele seca e quente, avermelhamento do rosto, tonteira, perda de energia e irritabilidade. Quando o quadro se agrava, há confusão mental e perda de coordenação motora. A pessoa para de suar. Se a temperatura corporal ultrapassar 42 graus Celsius, a pessoa morre.
Inchaços: O calor pode provocar inchaços nas pernas e nas mãos.
Espasmos musculares: Também podem ser provocados pelo calor excessivo.
Desmaios: Uma pessoa com pressão baixa pode perder os sentidos porque o calor faz os vasos se dilatarem, desequilibrando o fluxo sanguíneo.
Remédios: Muitos remédios aumentam o risco do surgimento de doenças relacionadas ao calor. Alguns medicamentos reduzem o volume de sangue bombeado pelo coração e limita o fluxo sanguíneo à pele, de forma que o corpo perde parte da capacidade de se resfriar pelo suor. Outras drogas podem alterar a percepção de sede ou mesmo aumentar a produção de calor do corpo. Quem toma remédios regularmente, deve consultar o médico sobre os riscos de doenças relacionadas ao calor.
RIO - O clima quente e úmido, como o nosso, é considerado o pior do mundo por especialistas. Seres humanos podem mesmo viver com conforto num clima com temperatura maior que a do corpo, desde que seja seco. A umidade reduz a eficiência do nosso mecanismo natural de resfriamento, isto é, suar. Quanto mais úmido, pior a sensação de calor. Ontem, por exemplo, a umidade relativa do ar chegou a assustadores 70% no Rio de Janeiro. Se a umidade exceder 75%, escorre pelo corpo em grande quantidade e não evapora. Suar assim, só causa desidratação. O efeito refrescante é perdido.
A combinação de umidade elevada e calor extremo é opressiva. O clima quente e úmido é perigoso. É mais fácil sobreviver no frio.
A REAÇÃO DO ORGANISMO:
A temperatura normal do corpo humano é de 36,5 graus Celsius, mas algumas pessoas podem suportar uma queda de mais de 20 graus. Porém, um aumento da temperatura corporal de apenas cinco graus é, invariavelmente, fatal. Ambientes quentes e úmidos não só parecem terríveis, como são de fato perigosos.
O calor provoca vasodilatação, o que pode causar queda da pressão arterial e provocar mal-estar, sonolência e desânimo.
Quando a temperatura externa é superior à do corpo, o único meio de perder calor é suar. Temos cerca de 3 milhões de glândulas sudoríferas (metade na pele do tórax e das costas). A testa e a palma das mãos também têm grande concentração. As mulheres só produzem aproximadamente a metade do suor dos homens. Idosos correm mais risco porque suam menos.
As células do cérebro são extremamente sensíveis ao calor. Se a temperatura corporal chegar a 42 graus Celsius (a normal é de cerca de 36,5 C), elas começam a morrer.
EXERCÍCIOS:
Muito cuidado com exercícios físicos em dias quentes como hoje, pois eles podem aumentar em até cinco vezes a produção de calor.
Ao se exercitar no calor, a pessoa perde muita água, sais e minerais (eletrólitos) pelo excesso de suor. Com isso, fica exposta a câimbras já que a quantidade de eletrólitos se torna deficiente nos músculos.
ROUPAS:
Beber pouco líquido e usar roupas pesadas, como ternos, são outros fatores de risco.
Roupas impermeáveis são perigosas porque impedem a transpiração. Prefira tecidos "respiráveis", como os de algodão e os de tecidos sintéticos modernos.
SAÚDE:
Drogas: Algumas causam hipertermia (aumento da temperatura corporal). A mais conhecida é o ecstasy.
Álcool e cafeína: Consumo excessivo de cafeína e álcool aumenta as chances de desidratação.
Brotoejas: São problemas comuns no calor. A causa é a inflamação das glândulas sudoríparas, que causa pequenas bolhas vermelhas. Afetam uma em cada três pessoas expostas a climas quentes.
Insolação: É uma emergência e se não tratada imediatamente pode ser letal ou causar danos cerebrais. A melhor maneira de tratar uma vítima de insolação é passar em seu corpo uma esponja com água morna. O resfriamento por evaporação baixa a temperatura da pele muito mais depressa do que a imersão numa banheira de água fria, já que o choque térmico causa constrição dos vasos e reduz a perda de calor. Nos casos graves deve-se aplicar compressas de gelo em locais em que grandes vasos sanguíneos estão perto da superfície da pele, como pescoço, axilas e virilha.
A insolação acontece quando o corpo não consegue mais deter a elevação da própria temperatura e esta ultrapassa 41 graus Celsius. Ela evolui depressa. Seus sintomas são dor de cabeça, pele seca e quente, avermelhamento do rosto, tonteira, perda de energia e irritabilidade. Quando o quadro se agrava, há confusão mental e perda de coordenação motora. A pessoa para de suar. Se a temperatura corporal ultrapassar 42 graus Celsius, a pessoa morre.
Inchaços: O calor pode provocar inchaços nas pernas e nas mãos.
Espasmos musculares: Também podem ser provocados pelo calor excessivo.
Desmaios: Uma pessoa com pressão baixa pode perder os sentidos porque o calor faz os vasos se dilatarem, desequilibrando o fluxo sanguíneo.
Remédios: Muitos remédios aumentam o risco do surgimento de doenças relacionadas ao calor. Alguns medicamentos reduzem o volume de sangue bombeado pelo coração e limita o fluxo sanguíneo à pele, de forma que o corpo perde parte da capacidade de se resfriar pelo suor. Outras drogas podem alterar a percepção de sede ou mesmo aumentar a produção de calor do corpo. Quem toma remédios regularmente, deve consultar o médico sobre os riscos de doenças relacionadas ao calor.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Fisiologia do Futebol
Fisiologia do futebol: conceitos e revisões básicas
A fisiologia do esporte contribui para o trabalho de toda comissão técnica no futebol, porém, para isso, todos os profissionais membros da comissão devem ter bom embasamento teórico sobre a fisiologia específica do futebol. E é nesse sentido que o presente artigo se justifica, tentando fazer uma abordagem geral e básica sobre os conhecimentos em fisiologia da modalidade esportiva mais popular do mundo.
O futebol é um esporte caracterizado por atividades intermitentes. Ele exige grande demanda física, o que requer elevado grau de habilidade técnica, força, endurance, velocidade e agilidade. “Trata-se de um jogo com bastante trabalho anaeróbico seguido de exercícios contínuos de corrida.” (RHOADS, 1986).
O consumo de grandes quantidades de substratos energéticos também é muito requerido nesse esporte que exige níveis altos de produção de energia aeróbia e anaeróbia.
Os estoques de fosfocreatina nas células musculares do tipo II fornecem a maior parte da energia necessária para exercícios de curta duração (até 15 segundos) e também quando há mudanças na intensidade do exercício que está sendo realizado. Consequentemente, quando esses exercícios são realizados com um pequeno intervalo de tempo entre eles, os estoques de creatina fosfato serão depletados, não havendo energia necessária para os exercícios seguintes, pois o tempo de recuperação é curto.
A ressíntese de fosfocreatina depende da disponibilidade do oxigênio durante a recuperação. Por isso, atletas com um alto VO2 terão maior capacidade de fornecimento de oxigênio para os músculos exercitados, tendo uma maior ressíntese de fosfocreatina no músculo durante o período de recuperação. Portanto, isso significa que em exercícios intermitentes, o indivíduo que tem um VO2 mais alto possui melhor desempenho, tendo um melhor aproveito.
Os carboidratos e os lipídios são os principais substratos usados no metabolismo oxidativo do músculo. Há uma mistura na utilização de carboidrato e lipídio durante o exercício determinada principalmente pela intensidade e duração do exercício.

Figura 1: Gráfico demonstrando a utilização da gordura de acordo com a intensidade do exercício.
O fígado libera glicose suficiente para manter e, até mesmo, elevar a glicose sanguínea durante o jogo. Por isso, os estoques de glicogênio, tanto muscular quanto hepático, são importantes para o desempenho no futebol.
Aos poucos, esse substrato vai chegando à depleção. No segundo tempo de um jogo, por exemplo, a concentração é bem menor, fazendo com que o atleta diminua sua capacidade de corrida e força, reduzindo sua eficiência na partida.
Quanto aos lipídios, seu principal componente é o ácido graxo livre. Sua utilização para oxidação é maior durante exercícios de intensidade de baixa a moderada. Quando o exercício é prolongado, a lipólise ocorre em intensidades altas.
A concentração de ácido graxo livre no sangue aumenta durante uma partida de futebol, principalmente na segunda etapa do jogo.
Estudos indicam que a proteína contribui com menos de 10% da produção de energia no futebol. Sendo assim, os aminoácidos são considerados fonte auxiliar de combustível. “Além disso, a oxidação de aminoácidos é inversamente proporcional à disponibilidade de glicogênio muscular.” (LEMON, 1994).

Figura 2: Utilização de gorduras e glicoses de acordo com a intensidade do exercício.
Tanto os exercícios contínuos, quanto os intermitentes, são usados no treinamento do futebol a fim de facilitar as adaptações fisiológicas para melhorar o desempenho. “Os exercícios intermitentes podem acarretar maior demanda no sistema cardiovascular do que exercícios contínuos quando realizados em uma mesma intensidade.” (DRUST, 2000).
As demandas fisiológicas de cada jogador dependem muito de sua função em campo. Por exemplo, um meio-campista requer maior trabalho aeróbio do que outras posições, já que este faz a ligação entre a defesa e o ataque, necessitando assim, de uma maior potência aeróbia.
Um limiar anaeróbio elevado, isto é, uma fração elevada do VO2max sem que ocorra acúmulo demais de ácido láctico no sangue, tem grandes implicações funcionais. Isso significa que o atleta está mais bem preparado para realizar atividades de maior intensidade por períodos de tempo mais prolongados.
Essa potência ajuda na rapidez do jogador que pode ser decisiva em jogos. Principalmente para os goleiros e laterais que precisam de energia de alta intensidade em alguns momentos do jogo onde o exercício se torna intenso. Como, por exemplo, em uma defesa de uma bola rápida e forte, ou em um sprint de um lateral desde sua área até a área do time adversário.
A concentração do lactato é um indicador de produção de energia anaeróbia. Sua concentração no sangue é menor no segundo tempo do que no primeiro, já que se diminui a frequência e duração de exercícios de alta intensidade. Mas isso nem sempre é regra, uma vez que depende muito do tipo de jogo, motivação do jogador, táticas e estratégias, ou até placar do jogo.
Isabela Guerra e Turibio Leite de Barros afirmam no livro Ciência do Futebol (2004) que o futebol moderno exige um jogador forte, rápido, capaz de vencer resistências, suportar cargas intensas e, ao mesmo tempo, ter pouca fadiga durante o jogo. Logo, o atleta precisa manter força, velocidade, resistência e flexibilidade de forma conjunta.
A composição corporal é um fator muito importante no condicionamento de um jogador a ser analisada caso a caso. A gordura corporal atua como peso morto em atividades em que a massa corporal é levantada várias vezes contra a ação da gravidade. O jogador de futebol profissional tem em média 1,79 de altura, pesa 76 quilos, tem de 25 a 27 anos e percorre em média 10,8 quilômetros durante o jogo. Andam a maior parte do tempo de partida (40,4%), correm em baixa intensidade em 35% do tempo, ficam parados em 17,1%, e correm em alta intensidade em 8,1% do jogo.
Tabela 1 - Diferentes exigências nas diferentes posições.

Fonte: Adaptado de Ciência do Futebol (BARROS & GUERRA, 2004).
A estatura pode ser um parâmetro que define o sucesso no futebol, pois pode ajudar a determinar a posição do jogador. Houve vários casos de jogadores que não tinham boas apresentações durante jogos e, após mudarem de posição (com a devida ajuda de seus técnicos), passaram a ter maiores aproveitamentos nos 90 minutos.
Pode-se concluir que o futebol é uma modalidade complexa no que concerne a Fisiologia do Esporte, e os conhecimentos em fisiologia são muito importantes não apenas para os profissionais de preparação física, mas também para todos os profissionais da comissão técnica, incluindo o técnico, para que, desta forma, o trabalho global seja mais eficiente.
Jogadores com melhor capacidade aeróbia tendem a poupar o glicogênio muscular durante exercícios de intensidade moderada para utilizá-lo em momentos finais, mais decisivos do jogo
A fisiologia do esporte contribui para o trabalho de toda comissão técnica no futebol, porém, para isso, todos os profissionais membros da comissão devem ter bom embasamento teórico sobre a fisiologia específica do futebol. E é nesse sentido que o presente artigo se justifica, tentando fazer uma abordagem geral e básica sobre os conhecimentos em fisiologia da modalidade esportiva mais popular do mundo.
O futebol é um esporte caracterizado por atividades intermitentes. Ele exige grande demanda física, o que requer elevado grau de habilidade técnica, força, endurance, velocidade e agilidade. “Trata-se de um jogo com bastante trabalho anaeróbico seguido de exercícios contínuos de corrida.” (RHOADS, 1986).
O consumo de grandes quantidades de substratos energéticos também é muito requerido nesse esporte que exige níveis altos de produção de energia aeróbia e anaeróbia.
Os estoques de fosfocreatina nas células musculares do tipo II fornecem a maior parte da energia necessária para exercícios de curta duração (até 15 segundos) e também quando há mudanças na intensidade do exercício que está sendo realizado. Consequentemente, quando esses exercícios são realizados com um pequeno intervalo de tempo entre eles, os estoques de creatina fosfato serão depletados, não havendo energia necessária para os exercícios seguintes, pois o tempo de recuperação é curto.
A ressíntese de fosfocreatina depende da disponibilidade do oxigênio durante a recuperação. Por isso, atletas com um alto VO2 terão maior capacidade de fornecimento de oxigênio para os músculos exercitados, tendo uma maior ressíntese de fosfocreatina no músculo durante o período de recuperação. Portanto, isso significa que em exercícios intermitentes, o indivíduo que tem um VO2 mais alto possui melhor desempenho, tendo um melhor aproveito.
Os carboidratos e os lipídios são os principais substratos usados no metabolismo oxidativo do músculo. Há uma mistura na utilização de carboidrato e lipídio durante o exercício determinada principalmente pela intensidade e duração do exercício.

Figura 1: Gráfico demonstrando a utilização da gordura de acordo com a intensidade do exercício.
O fígado libera glicose suficiente para manter e, até mesmo, elevar a glicose sanguínea durante o jogo. Por isso, os estoques de glicogênio, tanto muscular quanto hepático, são importantes para o desempenho no futebol.
Aos poucos, esse substrato vai chegando à depleção. No segundo tempo de um jogo, por exemplo, a concentração é bem menor, fazendo com que o atleta diminua sua capacidade de corrida e força, reduzindo sua eficiência na partida.
Quanto aos lipídios, seu principal componente é o ácido graxo livre. Sua utilização para oxidação é maior durante exercícios de intensidade de baixa a moderada. Quando o exercício é prolongado, a lipólise ocorre em intensidades altas.
A concentração de ácido graxo livre no sangue aumenta durante uma partida de futebol, principalmente na segunda etapa do jogo.
Estudos indicam que a proteína contribui com menos de 10% da produção de energia no futebol. Sendo assim, os aminoácidos são considerados fonte auxiliar de combustível. “Além disso, a oxidação de aminoácidos é inversamente proporcional à disponibilidade de glicogênio muscular.” (LEMON, 1994).

Figura 2: Utilização de gorduras e glicoses de acordo com a intensidade do exercício.
Tanto os exercícios contínuos, quanto os intermitentes, são usados no treinamento do futebol a fim de facilitar as adaptações fisiológicas para melhorar o desempenho. “Os exercícios intermitentes podem acarretar maior demanda no sistema cardiovascular do que exercícios contínuos quando realizados em uma mesma intensidade.” (DRUST, 2000).
As demandas fisiológicas de cada jogador dependem muito de sua função em campo. Por exemplo, um meio-campista requer maior trabalho aeróbio do que outras posições, já que este faz a ligação entre a defesa e o ataque, necessitando assim, de uma maior potência aeróbia.
A alta potência aeróbia e uma porcentagem elevada de oxigênio no limiar anaeróbio em futebolistas são alguns fatores considerados preditores de boa capacidade do organismo para tolerar a longa duração do jogo. Dessa maneira, o jogador tem uma maior eficiência de movimento, sem se cansar rapidamente, pois seus músculos estarão mais bem capacitados para captar e utilizar maior volume de oxigênio e, consequentemente, maior produção de energia durante a partida, com maiores estoques de glicogênio muscular. (GUERRA; BARROS; 2004, p. 4)
O sistema aeróbio é a principal fonte de geração de energia durante um jogo de futebol. E o consumo máximo de oxigênio (VO2max) tem por definição ser o volume máximo de oxigênio que pode ser transportado e utilizado para o metabolismo aeróbio. “A capacidade aeróbia expressa a habilidade de se manter um exercício durante um período e é sinônimo de endurance.” (REILLY, 2000).
Com a redução dos estoques de glicogênio muscular, parte do substrato energético vem do metabolismo dos lipídios. Jogadores com melhor capacidade aeróbia tendem a poupar o glicogênio muscular durante exercícios de intensidade moderada para utilizá-lo em momentos finais, mais decisivos do jogo. Esse efeito poupador de glicogênio permitirá ao jogador correr distâncias maiores sob uma intensidade maior antes da diminuição dos estoques de glicogênio. (WISLOFF, 1998).
Chegando ao limiar anaeróbio, definimo-nos como sendo a intensidade do exercício que antecede um aumento súbito do lactato no sangue.Um limiar anaeróbio elevado, isto é, uma fração elevada do VO2max sem que ocorra acúmulo demais de ácido láctico no sangue, tem grandes implicações funcionais. Isso significa que o atleta está mais bem preparado para realizar atividades de maior intensidade por períodos de tempo mais prolongados.
Essa potência ajuda na rapidez do jogador que pode ser decisiva em jogos. Principalmente para os goleiros e laterais que precisam de energia de alta intensidade em alguns momentos do jogo onde o exercício se torna intenso. Como, por exemplo, em uma defesa de uma bola rápida e forte, ou em um sprint de um lateral desde sua área até a área do time adversário.
A concentração do lactato é um indicador de produção de energia anaeróbia. Sua concentração no sangue é menor no segundo tempo do que no primeiro, já que se diminui a frequência e duração de exercícios de alta intensidade. Mas isso nem sempre é regra, uma vez que depende muito do tipo de jogo, motivação do jogador, táticas e estratégias, ou até placar do jogo.
Isabela Guerra e Turibio Leite de Barros afirmam no livro Ciência do Futebol (2004) que o futebol moderno exige um jogador forte, rápido, capaz de vencer resistências, suportar cargas intensas e, ao mesmo tempo, ter pouca fadiga durante o jogo. Logo, o atleta precisa manter força, velocidade, resistência e flexibilidade de forma conjunta.
A composição corporal é um fator muito importante no condicionamento de um jogador a ser analisada caso a caso. A gordura corporal atua como peso morto em atividades em que a massa corporal é levantada várias vezes contra a ação da gravidade. O jogador de futebol profissional tem em média 1,79 de altura, pesa 76 quilos, tem de 25 a 27 anos e percorre em média 10,8 quilômetros durante o jogo. Andam a maior parte do tempo de partida (40,4%), correm em baixa intensidade em 35% do tempo, ficam parados em 17,1%, e correm em alta intensidade em 8,1% do jogo.
Tabela 1 - Diferentes exigências nas diferentes posições.

Fonte: Adaptado de Ciência do Futebol (BARROS & GUERRA, 2004).
A estatura pode ser um parâmetro que define o sucesso no futebol, pois pode ajudar a determinar a posição do jogador. Houve vários casos de jogadores que não tinham boas apresentações durante jogos e, após mudarem de posição (com a devida ajuda de seus técnicos), passaram a ter maiores aproveitamentos nos 90 minutos.
Pode-se concluir que o futebol é uma modalidade complexa no que concerne a Fisiologia do Esporte, e os conhecimentos em fisiologia são muito importantes não apenas para os profissionais de preparação física, mas também para todos os profissionais da comissão técnica, incluindo o técnico, para que, desta forma, o trabalho global seja mais eficiente.
RODRIGO POLETTO - Preparador Físico Futebol Profissional
Formação acadêmica:
- Licenciatura Plena em Educação Física - Universidade de Caxias do Sul UCS
- Especialização em Treinamento Desportivo - Universidade Norte do Paraná UNOPAR
- Mestrado em Ciencias y Juegos Desportivos - Universidad Matanzas CUBA
Cursos:
Clubes:
1996 À 2005 - E.C.JUVENTUDE
2005 - DINAMO DE MOSCOU - RUSSIA
2006 - E.C.JUVENTUDE
2007 À 2008 - SELEÇÃO DO PANAMA
2008 - E.C.JUVENTUDE
2009 - PAYSANDU SPORT CLUB
2010 - E.C.JUVENTUDE
- Licenciatura Plena em Educação Física - Universidade de Caxias do Sul UCS
- Especialização em Treinamento Desportivo - Universidade Norte do Paraná UNOPAR
- Mestrado em Ciencias y Juegos Desportivos - Universidad Matanzas CUBA
Cursos:
- Treinamento Desportivo 1996
- Alongamento, flexibilidade e relaxamento 1996
- Treinamento Desportivo 1996
- Preparação Física 1996
- Medida e Avaliação Física 1997
- Preparação Física 1997
- Informática 1997
- Treinamento Desportivo na Infância e Adolescência 1997
- Treinamento Desportivo Alto Nível 1997
- Semana da Saúde 1998
- Futebol para Categorias de Base 1998
- Psicologia do Esporte e do Exercício Físico 1998
- Língua Inglesa Instrumental 1998
- Língua Espanhola 2000
- Treinamento Desportivo 2004
- Língua Inglesa 2006
- Principios de Treinamento Esportivo 2006
- Congresso Brasileiro de Medicina do Esporte 2006
- III Footecon – Forum Internacional de Futebol 2006
- Simpósio internacional de ciências aplicadas al futbol 2008
-Treinamento Funcional Core 360 2009
-Seminario de Futebol Desafios no Alto Rendimento 2010
-VII Footecon – Forum Internacional de Futebol 2010
Clubes:
1996 À 2005 - E.C.JUVENTUDE
2005 - DINAMO DE MOSCOU - RUSSIA
2006 - E.C.JUVENTUDE
2007 À 2008 - SELEÇÃO DO PANAMA
2008 - E.C.JUVENTUDE
2009 - PAYSANDU SPORT CLUB
2010 - E.C.JUVENTUDE
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