Hormônios, anatomia diferente e prática de esportes de impacto tornam o joelho da mulher mais vulnerável que o masculino
O futebol e os esportes de aventura estão em ascendência junto ao público feminino. Com isso, tem se tornado crescente o número de mulheres que lesionam os joelhos e articulações entre uma atividade e outra.
Os joelhos femininos tendem a ser problemáticos, na maioria dos casos porque são do tipo valgo, isto é, ligeiramente virados para dentro. Essa postura aumenta as chances de lesões como a condromalacia, um desgaste da cartilagem entre o fêmur, o osso da coxa, e a patela, antes conhecida como rótula. Na mulher, o problema é mais frequente porque o joelho valgo força essa cartilagem.
— O deslocamento da patela também persegue o sexo feminino e afeta sete mulheres para cada homem. Tido como um mal genético, ele faz com que esse ossinho em forma de pirâmide tenha maior probabilidade de sofrer uma luxação — explica o ortopedista Rene Abdalla.
Segundo Abdalla, as mulheres tiveram uma mudança de perfil esportivo. Antes, praticavam mais o handebol e no máximo o vôlei. Agora participam de modalidades de maior impacto como futebol e corrida de aventura, por exemplo, e de maneira bem mais competitiva.
— Uma das estruturas mais vulneráveis nessas esportistas é o ligamento cruzado anterior, que serve de elo entre a tíbia e o fêmur — explica o ortopedista.
A saída para prevenir boa parte dos problemas é preparar o corpo, especificamente a área do joelho, antes de praticar qualquer esporte. Não importa a modalidade, sempre é bom reforçar os membros inferiores praticando sessões de musculação intercaladas aos treinos.
Um aquecimento que simule os movimentos do esporte também é benéfico para a articulação. Além disso, os calçados podem fazer toda a diferença. Eles precisam de um bom sistema de amortecimento para absorver o impacto, minimizando o trabalho dos joelhos.
— O ideal é escolher um modelo específico para o esporte que será praticado. Isso evita pisadas erradas. Elas são capazes de castigar os tendões, ainda mais se houver exagero nos treinos — afirma o ortopedista.
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